Valéria D' Ogum Xoroquê 
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Mediunidade, sonhos, experiência pós - morte
Mediunidade, sonhos, experiência pós - morte

Mediunidade

 
 
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A mediunidade é o nome atribuído a uma capacidade humana que permite uma comunicação entre homens e Espíritos. 
Ela se manifestaria  independente de religiões, de forma mais ou menos intensa em todos os indivíduos. Porém, usualmente apenas aqueles que apresentam num grau mais perceptível são chamados médiuns.
Assim, um espírito que deseja comunicar-se entra em contato com a mente do médium e, por esse meio, se comunica oralmente (psicofonia), pela escrita (psicografia), ou ainda se faz visível ao médium (vidência). 
Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, descreve também fenômenos de ordem física, como batidas (tiptologia), escrita direta (pneumatografia), voz direta (pneumatofonia), e ainda materializações ectoplasmáticas em que o espírito desencarnado se faz visível e até palpável aos presentes no ambiente onde ocorra o fenômeno. 
Outras formas de comunicação com os espíritos podem ser encontradas em O Livro dos Médiuns.
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Ficheiro:Moa Fa Phi Song.JPG
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Uma Médium feminina (Thai Moa Fa Phi Song) em Si Songkhram, província de Nakhon Phanom, na Tailândia.
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Outras designações
Enquanto no meio espírita utiliza-se a palavra médium para designar o indivíduo que serve de instrumento de comunicação entre os espíritos encarnados e espíritos desencarnados, outras doutrinas e correntes filosóficas utilizam termos como clarividente, intuitivo, sensitivo. 
No entanto, o significado desses termos pode ser considerado por alguns com o mesmo significado, porém cada um pode ser distinguido como uma faculdade sensitiva diferente.
 Médium seria aquele que serve de elo entre o mundo em que vivem os espíritos (plano espiritual, quarta vertical, quarta dimensão, mundo astral...) e o mundo terreno, assim este se abre para que o espírito se utilize dele. 
Clarividente é aquele que tem capacidade de enxergar o plano espiritual através da "terceira visão".
 Intuitivo é aquele que tem capacidade de sentir a cadeia dos acontecimentos e assim prevê-los, bem como o sensitivo que também se adequaria a esta faculdade.
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Parapsicólogos forenses
Os parapsicólogos forenses, também conhecidos como investigadores psíquicos (do inglês Psychic Witness), são sensitivos que trabalham em conjunto com a polícia na investigação de crimes de difícil solução (inexistência de testemunhas, escassez de provas, excesso de suspeitos,...). 
O papel desses paranormais, segundo Sérgio Pereira Couto em artigo na revista Ciência Criminal , "consiste basicamente em captar sensações sobre o que aconteceu nos locais dos crimes e passar as informações para que os detetives tomem as devidas providências administrativas, incluindo a detenção de suspeitos para interrogatório".
Com o sucesso dos seriados em canais pagos que tratam do tema, as polícias de diversos estados americanos passaram a admitir em público o uso de paranormais em investigações onde a tecnologia mostra-se insuficiente.
O Discovery Channel elaborou um seriado para tratar desse tema, reportando as atividades de quinze investigadores psíquicos no apoio às polícias de diversos estados americanos, como a Califórnia, Ohio, a Pensilvânia, Carolina do Norte, a Louisiana, Texas e o Arizona.
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Vale no entanto destacar que a Lei americana obriga a polícia a ouvir todos os que dizem saber algo sobre a investigação, incluindo aqueles que se intitulam médiuns ou sensitivos, que voluntariamente se apresentam para ajudar, não fazendo parte do procedimento policial a busca de cartomantes, médiuns, etc para a solução de crimes. 
Na Tv, o seriado chega a ser fantasioso e não apresenta os milhares de casos onde tal ajuda não resultou em sucesso, não se enquadrando, o entretenimento, em reportagem investigativa ou mesmo documentário sério.
Sally Headding, uma respeitada clarividente americana, formada em psicologia clínica e Ph.D. pela Universidade de Berkeley (Califórnia), aponta que atualmente o principal problema da popularidade dos investigadores psíquicos nos EUA é o surgimento de uma série de falsos médiuns que se apresentam para ajudar a polícia em casos de grande repercussão. 
No entanto, segundo as palavras de Sally, os verdadeiros médiuns dificilmente procuram a polícia, ao contrário, são convidados por esta para colaborar nas investigações.
 
No Brasil, o uso de médiuns em processos da Justiça é reconhecido oficialmente apenas no Estado de Pernambuco, onde a Constituição Estadual, além de legitimar o testemunho de médiuns, prevê como obrigação daquele Estado e dos seus municípios a prestação de "assistência à pessoa dotada dessa faculdade, [desde que] comprovado por profissionais especializados".
 Essa comprovação é justamente um mecanismo para que se tenha certeza de não se tratar de um caso de charlatanismo.
 Infelizmente, o processo de definição pelo estado do que é charlatanismo ou não, não está claro.
Textos psicografados por médiuns como Chico Xavier e Jorge José Santa Maria (da Sociedade Beneficente Espírita Amor e Luz, no Município de Porto Alegre) já foram incorporados a processos criminais na forma de provas documentais.
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Sessão mediúnica conduzida por John Beattie em Bristol, Inglaterra, 1872.
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Estudos científicos
Na segunda metade do século XIX diversos médiuns foram levados a realizar testes que tornaram supostametne plausíveis a existência de espíritos, por exemplo as médiuns Leonora Piper e Gladys Osborne Leonard. 
Os resultados obtidos na época, com cada uma dessas médiuns, foram bastante convincentes. 
Piper foi tão famosa que chegou a ser citada na Enciclopédia Britânica de 1911 em dois verbetes, e ainda admitida no discurso de William James publicado pela revista Science como possuidora de poderes paranormais .
O neurocientista Núbor Orlando Facure diz que a mediunidade é um fenômeno fisiológico, universal comum a todas as pessoas, e que pode se manifestar de diferentes maneiras.
 Nos estudos que realiza, busca compreender a relação entre os núcleos de base dos automatismos psico-motores e aqueles que geram o fenômeno da mediunidade. 
Em entrevista dada à revista Universo Espírita (N°35, Ano 3), Facure aponta que os neurônios em espelho podem ser os responsáveis pela sintonia que permite sentirmos no lugar do outro.
 No entanto, Facure também diz que isso são apenas conjecturas e que atualmente não existe comprovação científica de que o fenômeno se dê dessa forma.
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Em pesquisa realizada por Frederico Leão e Francisco Lotufo, Médicos-psiquiatra da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, constatou-se uma melhora dos aspectos clínicos e comportamentais de "650 pacientes portadores de deficiências mental e múltiplas" ao submetê-los a um tratamento espiritual realizado através de reuniões mediúnicas. 
Como resultado do estudo, os autores sugerem a "aplicação do modelo de prática das comunicações mediúnicas como terapias complementares".
Outra importante pesquisa foi realizada pelo médico psiquiatra Alexander Moreira de Almeida, que no dia 22 de fevereiro de 2005 defendeu a tese Fenomenologia das Experiências Mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, da Faculdade de Medicina da USP. 
A tese pretendeu traçar um perfil de saúde mental de 115 médiuns espíritas (escolhidos aleatoriamente), na qual foram testados e entrevistados com apurados instrumentos da Psiquiatria. 
Na conclusão do trabalho, Almeida diz que "os médiuns estudados evidenciaram alto nível socioeducacional, baixa prevalência de transtornos psiquiátricos menores e razoável adequação social. 
A mediunidade provavelmente se constitui numa vivência diferente do transtorno de identidade dissociativa. 
A maioria teve o início de suas manifestações mediúnicas na infância, e estas, atualmente, se caracterizam por vivências de influência ou alucinatórias, que não necessariamente implicam num diagnóstico de esquizofrenia". Desta forma, constatou-se que os médiuns estudados apresentaram boa saúde mental, apesar dos sintomas de visões ou interferências de pensamentos alheios, que não são sintomas de loucura, mas outro tipo de vivência, chamada pelos espíritas de Mediunidade.
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Sinais e Sintomas Característicos da Mediunidade

 
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Muito embora Allan Kardec tenha dito que “Nenhum indício há pelo qual se reconheça a existência da faculdade mediúnica.” , podemos estabelecer pelo menos alguns sinais identificadores da ocorrência de alterações no indivíduo que possam ser atribuídas a algum tipo de interferência mediúnica. 
A afirmação de Allan Kardec talvez diga respeito ao reconhecimento a priori, em face da inexistência de sinais externos nos médiuns ou mesmo por conta da exigência da presença dos espíritos para sua ocorrência.
 
Por enquanto a mediunidade não foi detectada organicamente,mas apenas pelos efeitos que produz. 
Nenhum médium, por mais experiente que seja, garante que pode controlar a demonstração da sua faculdade.
 A mediunidade é uma faculdade psíquica e, como todo fenômeno subjetivo, não se submete, do ponto de vista experimental, à observação e repetição.
Há, porém, alguns indícios que podem nos levar futuramente à sua detecção e comprovação.
 Eles são subjetivos e facilmente podem ter explicações psicológicas inconscientes ou mesmo parapsicológicas anímicas.
 
No seu conjunto, numa mesma pessoa, podem apontar para a existência da faculdade denominada de mediunidade. 
São eles:
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1. Idéias e sentimentos inusitados na forma de pressentimentos que acabam por se concretizar. 
Ocorre também como se o indivíduo já soubesse antecipadamente o que irá ocorrer, permitindo- lhe agir de acordo com uma certeza interna;
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2. Forte dose de intuição quanto às pequenas ocorrências do cotidiano.
 Geralmente coloca o indivíduo num estado de consciência de quem tem o domínio dos eventos do dia, sem lhe gerar qualquer ansiedade;
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3. Arrependimentos tardios após atitudes inadequadas que poderiam ter sido evitadas.
 São situações freqüentes de ausência de vontade própria, nas quais parece haver uma outra personalidade
no controle, trazendo desconforto momentâneo;
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4. Alterações constantes na forma, no conteúdo e no curso dos pensamentos promovendo desvio na elaboração das idéias.
Apresentam-se como falhas ou ausências no pensar, provocando sérias alterações na vida profissional, afetiva e familiar da pessoa;
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5. Alterações orgânicas e da senso-percepção não atribuíveis a fatores funcionais nem a interferências psicossomáticas.
Tais alterações podem ir do desconforto orgânico a alterações significativas nos cinco sentidos físicos, os quais podem se tornar hipo ou hiper-sensíveis;
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6. Ocorrências repetitivas de sonhos premonitórios ou de sonhos freqüentes com pessoas que já morreram. Freqüentes sonhos nos quais eventos futuros são vistos pelo sonhador, envolvendo terceiros ou a si mesmo, como também sonhos com pessoas, parentes ou não, já desencarnados e que parecem querer transmitir alguma mensagem;
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7. Sensações constantes de presenças à sua volta, ou de terceiros, de seres invisíveis. 
Ocorre como se algo envolvesse a pessoa e lhe transmitisse a sensação de alguma companhia não visível. 
Às vezes, a pessoa sente uma alteração em seu estado de consciência;
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8. Ruídos e pancadas à sua volta não atribuíveis a fatores físicos conhecidos. 
São ruídos que parecem vir de dentro de paredes ou de objetos maciços como pancadas fortes e rápidas;
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9. Audição de vozes aparentemente oriundas do interior da cabeça. 
Sons de palavras ou de músicas que soam no interior da cabeça e que não se originam de lugar externo;
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10. Superexcitação motora seguida de forte desejo de escrever.
Às vezes, inicia-se com um forte desejo de escrever ou com uma persistente idéia inusitada sobre algum tema. 
Muitas vezes, tal desejo é acompanhado de tremores num dos braços, o qual apresenta movimentos repetitivos sem controle consciente da pessoa;
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11. Sensação descontrolada de que poderá ser tomado por algo, seguido de forte desejo de falar. Apresenta-se, muitas vezes, como um desconforto toráxico e uma necessidade de gritar ou chorar. 
Pode, também, surgir como se alguma parte do corpo fosse acometida de uma intensa dor aguda;
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12. Facilidade na obtenção de cura de doenças alheias, pelo simples desejo de obtê-la ou pela proximidade ao doente. 
A pessoa, pelo desejo consciente ou não, percebe a cura ou melhora de doenças em terceiros pelo contato físico ou por sua simples presença;
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13. Produção de conhecimentos não atribuíveis ao saber do indivíduo e à sua revelia. 
Quando, após a simples atividade de escrever ou de falar em público, a pessoa observa ou alguém lhe
diz que o que produziu é de excelente conteúdo e de qualidade superior aos conhecimentos intelectuais que possui.
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14. Obtenção de índices acima dos níveis aceitáveis nas cartas *Zenner* . 
Quando feito o teste Zenner, o percentual de acertos na retro-cognição e na pré-cognição apresenta níveis acima da média;
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15. Achados *psicométricos* em experiências típicas. 
Quando o índice de acertos nos detalhes de objetos no teste psicométrico é superior ao normal;
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16. Constantes experiências emocionais de “déjà vü”.
Quando a pessoa tem freqüentes experiências emocionais de ter estado em determinados lugares antes, sem conscientemente têlos conhecido.
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Zerner* Teste que utiliza um baralho de 25 cartas com cinco naipes (linhas onduladas, círculo, quadrado, estrela e cruz) para identificar as faculdades paranormais de retrocognição, pré-cognição, dentre outras.
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Psicométricos*Vem de Psicometria, faculdade que permite ao indivíduo entrar em contato com a história pregressa do objeto que toca, captando-lhe as vibrações dos eventos que ocorreram em seu entorno, nele impregnadas.
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Adenáuer Novaes .
Texto do Livro Psicologia e Mediunidade
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Mediunidade e Sonhos

 
 
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Os sonhos são produções espontâneas do inconsciente, sem a participação direta do ego. 
Eles brotam das conexões psíquicas que formam os nós das redes dos complexos. 
São expressões do Espírito que aliviam as tensões geradas pelo conjunto das emoções das experiências reencarnatórias. 
Não são quimeras nem fantasias, mas legítimas imagens carregadas de significado aparentemente incompreensível.
São resultantes simbólicos das intensas emanações das experiências vividas pelo espírito, que ficam gravadas no perispírito. 
Essas experiências podem ser ocorrências no momento do sono, da vida atual, de vidas passadas, assim como prognósticos quanto ao futuro.
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Os sonhos que retratam vivências do espírito durante o sono do corpo físico, contêm menos símbolos e são mais nítidos e lógicos do que aqueles que trazem informações sobre vidas passadas.
Porém, qualquer que seja o conteúdo dos sonhos, ele sempre terá símbolos a serem decodificados.
A existência da faculdade mediúnica desenvolvida favorece a produção de sonhos com fraco conteúdo simbólico, pois o inconsciente dos médiuns ostensivos é mais aberto à consciência.
Tal abertura favorece o alívio natural das tensões inconscientes, conforme o médium for lidando harmonicamente com os fenômenos resultantes de sua relação com o espiritual.
 
Embora os sonhos retratem aspectos da vida do sonhador, contendo realidades que lhe pertencem, alguns médiuns têm a facilidade de sonhar com informações sobre a vida de outras pessoas.
Isso é raro e denota a existência de uma faculdade psíquica especial.
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Há pessoas que sonham com eventos que freqüentemente terminam por acontecer. 
São os chamados sonhos premonitórios.
Esse tipo de mediunidade não só decorre do contato do médium com espíritos que lhe proporcionaram conhecimentos além do senso comum, como também por conta da flexibilidade maior do médium em vasculhar seu inconsciente, obtendo mais amplas informações para antever o futuro. 
Não são previsões absolutas, mas possibilidades de ocorrência, com altos níveis de probabilidade. 
A premonição é sempre uma possibilidade e não uma ocorrência futura absoluta.
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Os sonhos dos médiuns podem estar misturados com idéias, emoções e informações de espíritos desencarnados que com eles mantêm contato próximo. 
Espíritos que porventura se encontrem no campo psíquico do médium, poderão, por pregnância, alterar o
conteúdo de seus sonhos. 
Os símbolos neles presentes podem estar misturados aos próprios do inconsciente do médium. 
Os tipos de símbolos servem como elementos de identificação de sonhos que são vivências espirituais, dos sonhos comuns e oriundos da psiquê do próprio indivíduo.
 É sempre oportuno que os médiuns ostensivos levem seus sonhos para interpretação a pessoas que tenham conhecimento psicológico e espírita, e que poderão melhor auxiliá-los na compreensão dos símbolos neles presentes.
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As pessoas que sonham freqüentemente com outras que já faleceram, parentes ou não, possuem um tipo de mediunidade a que chamo mediunidade onírica, pois ocorre durante o sono e só é percebida após o acordar. Seu desenvolvimento está associado à identificação dos personagens desencarnados presentes nos sonhos,
bem como à interpretação adequada das mensagens neles existentes.
O médium onírico (não confundir com o médium sonambúlico) deve sempre buscar interpretar seus sonhos, se possível conjuntamente com os parentes dos desencarnados que neles surgem.
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Adenáuer Novaes.
Texto do Livro Psicologia e Mediunidade.
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Acreditamos que para melhores esclarecimentos sobre médiuns e mediunidade, as obras de Allan Kardec devem ser consultadas e estudadas. 
Com todo o nosso respeito , devemos dizer que solicitar de nós uma explicação sobre Deus é o mesmo que pedir a um verme para que se pronuncie quanto à glória e a natureza do Sol, embora o verme, se pudesse falar, diria, com toda a certeza, da veneração e do amor que consagra ao Sol que lhe garante a vida.
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(Chico Xavier)
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Cheirinho de Jasmim a todos os Irmãos do Vento que por aqui passar!!
(Claudia)
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Clariaudiência e Sonhos

 
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Clariaudiência segundo a Doutrina Espírita é a faculdade mediante a qual o médium ouve vozes, sons, palavras, ruídos, sem a utilização do sentido da audição física, que estão além da percepção normal de nossa audição física comum.
Quase sempre desperta em médiuns que já manifestaram a clarividência. 
Como essas impressões sonoras não são transmitidas aos órgãos auditivos físicos, o médium tem a impressão de que ouve dentro do cérebro. 
No meio espírita é também chamada simplesmente de audição.
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SONHOS
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Pintura Pierre-Cécile Puvis de Chavannes: O Sonho, 1883.
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O sonho é uma experiência que possui significados distintos se for ampliado um debate que envolva religião, ciência e cultura. 
Para a ciência, é uma experiência de imaginação do inconsciente durante nosso período de sono. Recentemente, descobriu-se que até os bebês no útero têm sono REM (movimentos rápidos dos olhos) e sonham, mas não se sabe com o quê. 
Em diversas tradições culturais e religiosas, o sonho aparece revestido de poderes premonitórios ou até mesmo de uma expansão da consciência.
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Sonho e Freud
Foi em 1901, com a publicação de A Interpretação dos Sonhos, que Sigmund Freud (1856-1939) deu um caráter científico à matéria. 
Naquele polêmico livro, Freud aproveita o que já havia sido publicado anteriormente e faz investidas completamente novas, definindo o conteúdo do sonho como “realização dos desejos”. 
Para o pai da psicanálise, no enredo onírico há o sentido manifesto (a fachada) e o sentido latente (o significado), este último realmente importante. 
A fachada seria um despiste do superego (o censor da psique, que escolhe o que se torna consciente ou não dos conteúdos inconscientes), enquanto o sentido latente, por meio da interpretação simbólica, revelaria o desejo do sonhador por trás dos aparentes absurdos da narrativa.
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Sonho e Jung
O psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, baseado na observação de seus pacientes e em experiências próprias, tornou mais abrangente o papel dos sonhos, que não seriam apenas reveladores de desejos ocultos, mas sim, uma ferramenta da psique que busca o equilíbrio por meio da compensação.
 Ou seja, alguém masculinizado pode sonhar com figuras femininas que tentam demonstrar ao sonhador a necessidade de uma mudança de atitude.
Na busca pelo equilíbrio, personagens arquetípicas interagem nos sonhos em um conflito que buscam levar ao consciente conteúdos do inconsciente.
 Entre essas personagens, estão a anima (força feminina na psique dos homens), o animus (força masculina na psique das mulheres) e a sombra (força que se alimenta dos aspectos não aceitos de nossa personalidade). Esta última, nos sonhos, são os vilões. 
Um aspecto muito importante em se atentar nos sonhos, segundo a linha junguiana, é saber como o sonhador, o protagonista no sonho (que representa o ego) lida com as forças malignas (a sombra), para se averiguar como, na vida desperta, a pessoa lida com as adversidades, a autoridade e a oposição de idéias. 
Jung aponta os sonhos como forças naturais que auxiliam o ser humano no processo de individualização.
Ao contrário de Freud, as situações absurdas dos sonhos para Jung não seriam uma fachada, mas a forma própria do inconsciente de se expressar. 
Para o mestre suíço, há os sonhos comuns e os arquetípicos, revestidos de grande poder revelador para quem sonha. 
A interpretação de sonhos é uma ferramenta crucial para a psicologia analítica, desenvolvida por Jung.
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Abordagem psicológica
Os sonhos seriam uma demonstração da realidade do inconsciente. 
Sendo estudados corretamente pode-se descrever, ou melhor, conhecer o momento psicológico do indivíduo. 
Fazendo uma analogia, poderiamos pensar numa especie de "fotografia" do inconsciente naquele momento. Por isso, o sonho sempre demonstra aspectos da vida emocional. 
Os sonhos têm uma linguagem própria. 
Pensemos no seguinte exemplo: 
Ao ver duas pessoas estrangeiras que falam um idioma que não é do nosso conhecimento, nunca diriamos que elas não sabem falar. 
Na verdade, o problema é que não conhecemos aquela língua (sua estrutura, sua gramática, etc). 
O mesmo acontece com os sonhos. 
Sua linguagem são os símbolos.
 Para entender seus variados conteúdos, temos que estudar os símbolos. 
Utilizando-se do conceito de "complexos" e do estudo dos sonhos e de desenhos, Carl Gustav Jung passou a se dedicar profundamente aos meios pelos quais se expressa o inconsciente. 
Em sua teoria, enquanto o inconsciente pessoal consiste fundamentalmente de material reprimido e de complexos, o inconsciente coletivo é composto fundamentalmente de uma tendência para sensibilizar-se com certas imagens, ou melhor, símbolos que constelam sentimentos profundos de apelo universal, os arquétipos.
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Sonho e sono REM
Existem outras correntes, que vêem o sonho de modo diverso. 
Os neurocientistas, de modo geral, afirmam que o sonho é apenas uma espécie de tráfego de informação sem sentido que tem por função manter o cérebro em ordem. 
Essa teoria só não explica como esses enredos supostamente desconexos são responsáveis por grandes insights, como em Thomas Edison, por exemplo.
 Existem muitos outros casos de sonhos reveladores em várias áreas da ciência e da arte, que todavia não impedem que os sonhos sirvam também para recuperar a saúde do organismo e do cérebro.
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Sonhos e revelações
A oniromancia, previsão do futuro pela interpretação dos sonhos, tem grande credibilidade nas religiões judaico-cristãs: consta na torá e na bíblia que Jacó, José e Daniel receberam de Deus a habilidade de interpretar os sonhos. 
No Novo Testamento, São José é avisado em sonho pelo anjo Gabriel de que sua esposa traz no ventre uma criança divina, e depois da visita dos Reis Magos um anjo em sonho o avisa para fugir para o Egito e quando seria seguro retornar à Israel.
Na história de São Patrício, na Irlanda, também figura o sonho. 
Quando escravizado, Patrício em sonho é avisado de que um barco o espera para que retorne à sua terra natal.
No Islamismo, os sonhos bons são inspirados por Alah e podem trazer mensagens divinatórias, enquanto os pesadelos são considerados armadilhas de Satã.
Filósofos ocidentais eram céticos quanto ao tema religião e sonhos, por alegarem que não haveria controle consciente durante os sonhos, mas estudos recentes analisando movimentos dos olhos (REM) durante o sono mostram resultados cientificamente comprovados com sonhos lúcidos, que se contrapõem às teorias anteriores.
Pensadores e matemáticos como René Descartes e Friedrich August Kekulé von Stradonitz também tiveram em sonhos visões reveladoras. 
Descartes, em viagem à Alemanha, teve uma visão em sonho de um novo sistema matemático e científico. Kekulé propôs a fórmula hexagonal do benzeno após sonhar com uma cobra que mordia sua própria cauda.
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Tratamento Espiritual

 
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A expressão tratamento espiritual é utilizada para abranger um conjunto de ações terapêuticas, de fundamentação religiosa, praticados em centros espíritas, espiritualistas, de umbanda, ou afins, que têm como objetivo um auxílio no tratamento de doenças do corpo ou da mente. 
Apesar de serem estudados desde o final do século XVIII, a eficácia destes tratamentos ainda não pôde ser comprovada através de pesquisas científicas.
São denominados de espirituais pelo fato de, segundo afirmam aqueles que praticam estes tratamentos, serem realizados - no corpo fisico ou no chamado perispírito - por espíritos desencarnados, com o eventual auxílio de um médium. 
No primeiro caso, no Brasil, por exemplo, ficaram famosas as cirurgias praticadas pela entidade que se denomina Dr. Fritz, através do médium José Arigó.
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O que é perispírito?
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O perispírito, segundo a Doutrina Espírita, é o elemento intermediário entre corpo e espírito.
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Origem do termo
O termo perispírito foi cunhado por Allan Kardec, e encontra seu primeiro uso no comentário que segue o item 93 de O Livro dos Espíritos:
O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer?
“Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira.”
Segue-se a esse trecho o seguinte comentário de Kardec:
 "Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito".
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A partir daí Kardec se ocupou de buscar fundamentação para essa hipótese, estudando as propriedades daquilo que à época recebia o nome de "fluidos" (eletricidade, magnetismo, calor), e ampliando a pesquisa para o que chamou de "fluidos psíquicos" ou "espirituais".
 Concluiu que o perispírito seria um corpo fluídico que envolve o espírito na condição de ente "semimaterial". Mais "grosseiro" que o espírito e mais "sutil" que o corpo, seria o responsável, entre outras funções, pela transmissão da vontade daquele para este e das sensações do corpo para o espírito.
 Seria constituído a partir de modificações particulares do "Fluido Cósmico Universal", que Kardec defendia ser a matéria primordial de que se compõe o universo.
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Outras concepções
Conservando a nomenclatura original, muitos adeptos da Doutrina Espírita definem hoje o perispírito como um "corpo" dotado de "centros de força", adotando para estes praticamente as mesmas definições que a Teosofia e outras doutrinas baseadas nos ensinamentos orientais elaboraram para o Corpo Astral e os Chakras.
O perispírito teria, assim, a função de "modelar" o corpo físico (chamado de soma), de forma que cada centro de força corresponderia a uma glândula e estaria intimamente ligado ao sistema nervoso, através do qual conduziria ao corpo as deliberações do espírito, e a este transportaria as impressões sensoriais.
Desempenharia, também, o importante papel de elo entre o espírito comunicante e o espírito encarnado nos fenômenos mediúnicos.
O perispírito emitiria ainda, segundo alguns, "vibrações", transformando os "fluidos semi-materiais", de acordo com os pensamentos: poderia, assim, variar da "luminosidade mais elevada" até aspectos mais "repugnantes", consoante a "qualidade" de quem os emite.
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Ovóides
Segundo alguns adeptos do espiritismo, sob certas condições, o perispírito poderia sofrer uma deformação que lhe emprestaria um formato ovóide. 
O processo é conhecido como ovoidização e, ainda segundo os defensores da ideia, estaria ligado a impulsos autodestrutivos, de vingança, e ao desejo de não permanecer no mundo espiritual.
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Doença Espiritual
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A chamada doença espiritual é aquela que se diz ter origem no espírito de um indivíduo.
Sob a ótica espírita e religiosa de maneira geral, as doenças têm origem e solução no próprio indivíduo.
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Motivações
Para o neurocientista Núbor Facure, "toda doença, de qualquer natureza, tem sempre uma motivação espiritual".
Segundo a literatura espírita, pode-se ter como motivação espiritual o aprendizado que um espírito, ou grupo de espíritos, precisa ter e que só se consegue através de enfermidades que agem sobre o corpo. 
Ou ainda, as enfermidades servirem como "freios" para vícios que o espírito costuma reincidir ao longo de diversas reencarnações. 
Assim, um recém nascido que falece por doença estaria tendo seus "vícios" freados.
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Classificações
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Facure costuma classificar as doenças espirituais da seguinte forma:
1. Doenças espirituais auto-induzidas, tais como o desequilíbrio vibratório e a auto-obsessão;
2. Doenças espirituais compartilhadas, tais como o vampirismo e a obsessão;
3. Doenças cármicas, que são aquelas em conseqüência de atos viciosos desta vida ou de vidas passadas.
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Sobre a eficácia do tratamento espiritual
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Afirmam a doutrina espírita e outras crenças espiritualistas que o sucesso de um tratamento espiritual depende das seguintes condições serem atendidas simultaneamente:
o paciente e quem o acompanha necessitam ter fé no tratamento, pois, se eles não acreditarem, as suas mentes trabalharão contra o mesmo, bloqueando qualquer benefício possível;
a doença não deve ser mais necessária para o fim a que se destinava; o médium precisa estar equilibrado emocionalmente e se dedicar ao seu trabalho com amor, o que seria necessário para que ele obtivesse o auxílio de bons espíritos.
Podem ocorrer casos, de a fé do paciente não ser necessária se as duas outras condições forem atendidas. Isso ocorreria quando o paciente não tivesse fé no tratamento mas tampouco duvidasse dele. 
Assim, a mente dele não trabalharia a favor, mas tampouco trabalharia contra.
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Tipos de Tratamento Espiritual

 
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PASSE ESPÍRITA
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O passe é uma prática amplamente difundida entre os espíritas, que consiste, grosso modo, na imposição das mãos feita por um indivíduo, que recebe o nome de passista, sobre outro, que se acha geralmente sentado à sua frente, num ambiente à meia-luz. 
Segundo diversos teóricos e praticantes do espiritismo, o ato teria o poder de canalizar “fluidos” ou “energias” benéficos, oriundos do próprio passista, de bons espíritos, ou ainda de ambas as fontes somadas. A prática integra habitualmente o chamado tratamento espiritual.
Para os dicionários passes (no plural), é: Ato de passar as mãos repetidamente ante os olhos de uma pessoa para magnetizá-la, ou sobre parte doente de uma pessoa para curá-la..
Jacob Luiz Melo  traz outras definições sobre a cura ou tratamento espiritual pela imposição de mãos, em especial por outras correntes religiosas.
De um pastor colige a seguinte passagem: "(...)começo a cura repousando minhas mãos suavemente sobre a cabeça das pessoas(...)" e, de um frei católico, esta: "(passes...) ...são gestos rápidos e enérgicos que são feitos pela pessoa-que-cura ao lado e ao longo do corpo da pessoa-que-está-sendo-curada".
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Tipificação
A classificação dos passes varia de acordo com a ótica pela qual este está sendo analisado.
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Recebedor
O passe pode ser classificado, consoante seu recebedor, em individual ou coletivo.
O passe individual é aquele onde um ou mais passistas realizam o trabalho de imposição de mãos em cada paciente, a cada vez.
Será coletivo o passe quando o seu objeto for um grupo de indivíduos;
Existem centros espíritas que dividem o passe individual em passe corrente (mais simples e rápido) e isolado (um pouco mais demorado e complexo).
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Passista
Ainda segundo a Doutrina Espírita, aquele que aplica o passe pode atuar com seus fluidos apenas - chamado anímico; ou receber auxílio espiritual, no passe mediúnico 
Anímico - será o passe em que há apenas a ação do passista na doação fluídica e magnética.
Mediúnico - onde o passista é mero instrumento na ação do Espírito, sendo que este seria o único a atuar fluídica e magneticamente;
Misto - onde o processo envolveria tanto encarnado como desencarnado.
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 Fluidoterapia (água fluidificada)
A chamada "água fluidificada" é utilizada nos centros espíritas e em diversos centros de outras tradições espiritualistas. 
Acreditam os seguidores de tais crenças que a água pode servir como uma espécie de depósito de fluidos espirituais benéficos que são nela mantidos durante um bom período.
Em alguns centros, os freqüentadores são orientados a trazer de casa garrafas com água e deixarem-nas em determinado local do centro para que ali receba, durante a sessão, os fluidos benéficos transmitidos pelos espíritos, podendo eles levá-las de volta para casa ao final daquela e beber da água em pequenas doses, obtendo, assim, o benefício contido na água fluidificada.
 Em outros centros, a água fluidificada é servida em copinhos aos freqüentadores, que a ingerem no próprio local.
Masaru Emoto na obra "Os Milagres da Água", procura demonstrar as propriedades curativas da água com base em pesquisa que afirma ter feito. 
Trechos dessa pesquisa podem ser lidos em diversos sites da Internet. 
Outros pesquisadores espíritas, entretanto, questionam uma das conclusões do pesquisador, qual seja, a de que, se deixarmos determinados nomes escritos junto à água, isto pode ter efeito sobre ela. 
Argumentam os pesquisadores que nomes, por si só, não carregam emoção, podendo um mesmo nome pertencer a um homem violento ou a um pacífico. 
Outro questionamento, feito por um cientista quanto ao trabalho de Masaru Emoto, é que este não teria seguido as diretrizes básicas para ser visto como um trabalho científico, como a de não ter sido publicado em revista científica especializada, mostrando os métodos empregados de forma a que o mesmo pudesse ser reproduzido por outros cientistas em qualquer parte do mundo, de modo a comprovar as conclusões alegadas.
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Receituário homeopático
A tradição de receituário homeopático em centros espíritas remonta aos primórdios do movimento, não sendo, porém, muitos aqueles onde isso ocorre hoje em dia. 
Neste tipo de tratamento, há um médium que escreve as receitas após ouvir os problemas dos pacientes que procuram o tratamento.
 Esse médium pode ser um médico homeopático, mas há relatos de casos em que não o é.
Os medicamentos são informados alegadamente por espíritos médicos, caso em que o médium faria apenas o que o nome diz, isto é, servir de meio pelo qual a receita seria passada para o papel.
Conforme o entendimento da doutrina espírita, é importante que o médium seja médico homeopata ou o tenha sido em existência anterior, de modo a facilitar a alegada utlização pelo espírito receitista dos seus registros mentais sobre o nome dos remédios e a dosagem de cada um, conforme apropriado para cada caso. 
Além disso, prefere-se a presença de um médico pois a legislação de determindos países não reconhece o médium que alega ter recebido um espírito receitista como um médico, caso em que o diagnóstico seguido de prescrição é qualificado como "exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica", como definido, por exemplo, segundo o artigo 282 do Código Penal brasileiro.
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Tratamento à distância
O chamado "tratamento à distância" é praticado em muitos centros espíritas e espiritualistas.
 Destina-se a atender a pessoas que, por motivo da doença que têm, ou por morarem muito longe, não podem comparecer ao centro pessoalmente. 
Atualmente é também conhecido o tratamento virtual, onde muitos médiuns praticam esse tratamento via internet.
Nessa forma de tratamento, segundo afirmam as obras espíritas que tratam do tema, um médium leria os dados do paciente que seriam por ele mentalmente passados a espíritos que, então, visitariam o doente com vistas a tratar de sua saúde.
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Anti-goécia
A anti-goécia é uma modalidade de tratamento espiritual praticado em pouquíssimos centros espíritas e espiritualistas.
O termo "goécia" refere-se a um trabalho da chamada "magia negra", isto é, aquela cujo objetivo seria o de prejudicar alguém com o alegado auxílio de espíritos orientados para o mal. 
Logo, a "anti-goécia" é um tratamento destinado a desfazer um trabalho de goécia que teria sido feito contra alguém.
Entre os seguidores da doutrina espírita, muitos são aqueles que compreendem que a magia negra não terá efeito contra eles. 
 No entanto, o próprio codificador, Allan Kardec, aborda o assunto na questão 549 de O Livro dos Espíritos sob o título de "Pactos" "549 - Há alguma coisa de verdadeira nos pactos com os maus Espiritos?" - "Não, não há pactos, mas uma natureza má simpatizando com maus Espiritos. 
Por exemplo: queres atormentar teu vizinho, e não sabes como fazê-lo; então chamai para ti os Espiritos inferiores que, como tu, não querem senão o mal, e para te ajudarem querem que tu lhes sirvas nos seus maus propósitos. 
Mas não se segue daí que teu vizinho não possa se livrar deles por uma conjuração contrária e pela sua vontade. 
Aquele que quer cometer uma ação má, chama, só por isso, maus Espíritos para ajudá-lo. 
Está, então, obrigado a serví-los, como o fazem para si por que eles também tem necessidade dele para o mal que queiram fazer. 
É somente nisto que consiste o "pacto".".
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APOMETRIA
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A Apometria - do prefixo grego apo (além de) e do radical metria (medida) - é definida como um conhecimento que se propõem a estudar aquilo que estaria além das formas de medida convencionais.
 O termo está associado a uma prática terapêutica alternativa, de natureza espiritualista, consistente no desdobramento e na dissociação dos múltiplos corpos de que seria constituído o ser humano, mediante uma seqüência de pulsos ou comandos energéticos mentais.
A terapia foi introduzida no Brasil pelo farmacêutico e bioquímico porto-riquenho, Luis Rodrigues, que a chamava de "Hipnometria", e utilizava a técnica de contagem progressiva para obter o desdobramento anímico controlado. 
Na década de 1960, foi sistematizada pelo Médico José Lacerda de Azevedo (1919-1997), no Hospital Espírita de Porto Alegre, que lhe trocou o nome para "Apometria".
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A terapia
Serve para ajudar na cura de problemas de comportamento que afligem as pessoas. 
Ou seja, pode haver um desequilíbrio espiritual ou emocional que chega até o corpo e aparece como forma indesejada de comportamento ou como doença. 
Sua ação fundamenta-se na existência de desdobramentos de personalidade, adquiridas nesta encarnação ou em nossas vidas passadas (outras encarnações). 
Os especialistas e estudiosos de apometria atuam gratuitamente em centros espíritas para fazer esta cura como intermediários entre o astral e o físico. 
Trabalham sobre estas diferentes reações de personalidade fazendo com que as perturbações sejam superadas pelas pessoas.
De acordo com seus preceitos, é uma espécie de energia, direcionada pela atuação da força de vontade do condutor dos trabalhos, e impregnada de amor, canalizada na forma de "pulsos magnéticos" para tratar portadores de transtornos psicológicos, doenças genéticas de difícil resposta à terapêutica médica, ou consideradas incuráveis.
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Leis da Apometria
Primeira Lei: Lei do desdobramento espiritual.
Segunda Lei: Lei do acoplamento físico.
Terceira Lei: Lei da ação à distância, pelo espírito desdobrado.
Quarta Lei: Lei da formação dos campos-de-força.
Quinta Lei: Lei da revitalização dos médiuns.
Sexta Lei: Lei da condução do espírito desdobrado, de paciente encarnado, para os planos mais altos, em hospitais do astral.
Sétima Lei: Lei da ação dos espíritos desencarnados socorristas sobre os pacientes desdobrados.
Oitava Lei: Lei do ajustamento de sintonia vibratória dos espíritos desencarnados com o médium ou com outros espíritos desencarnados, ou de ajustamento da sintonia destes com o ambiente para onde, momentaneamente, forem enviados.
Nona Lei: Lei do deslocamento de um espírito no espaço e no tempo.
Décima Lei: Lei da dissociação do espaço-tempo.
Décima Primeira Lei: Lei da ação telúrica sobre os espíritos desencarnados que evitam a reencarnação.
Décima Segunda Lei: Lei do choque do tempo.
Décima Terceira Lei: Lei da influência dos espíritos desencarnados, em sofrimento, vivendo ainda no passado, sobre o presente dos doentes obsediados.
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Técnicas apométricas
Desdobramento espiritual
Pulso magnético
Dialimetria
Técnicas de sintonia psíquica com os espíritos
Dissociação do espaço-tempo
Cromoterapia mentalística
Técnica do Circo - Faiçal Baracat
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A constituição setenária do ser
Na óptica da apometria, o ser humano é composto por sete corpos. São eles:
Corpo físico
Corpo etérico
Corpo astral
Corpo mental inferior
Corpo mental superior
Corpo búdico
Corpo átmico
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Forças empregadas na apometria
Força mental
Segundo os preceitos da Apometria, a mente é uma "usina de força" que tem o poder ilimitado de moldar, mover e direcionar a "energia cósmica". 
Nesse sentido, Ramatis insistiria na idéia de que "toda magia é mental", pois é a força e a intenção de um pensamento que pode determinar se uma magia é benigna (magia branca) ou se interfere no livre arbítrio alheio, principalmente para fins egoísticos, fúteis ou prejudiciais (magia negra).
Ainda, de acordo com esta, a energia mental é de natureza "radiante". 
O pensamento pode ser transmitido à distância e captado de forma integral ou parcial por qualquer ser que tenha uma certa sensibilidade. 
Assim, o pensamento tem direção e um ponto de aplicação que é o seu objeto.
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Força zeta
Segundo a Apometria, a Força Zeta, é a liberação de energia condensada de um corpo físico. 
Desta forma, o operador apométrico utilizaria a energia do seu próprio corpo para criar campos de força, além de inúmeras outras aplicações da energia.
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Cirurgia espiritual
Atualmente, o termo "cirurgia espiritual" é associado a uma prática onde uma suposta entidade espiritual, com ou sem a incorporação num médium hospedeiro, e sem cortes, executam cirurgias buscando a reabilitação do enfermo. 
Existem relatos de sucesso na cura em grande número de casos, gerando algum confronto com os conhecimentos actuais da ciência, mas não há nenhuma demonstração científica dessas curas que não seja explicada por outros mecanismos, como o efeito placebo. 
O caso do médium João Teixeira de Faria que executa as suas "cirurgias" na Casa de Dom Inácio de Loyola é para alguns um exemplo actual de "cirurgia espiritual". 
Por outro lado, a única prova científica da eficácia do placebo são resultados estatísticos.
A cirurgia espiritual, ainda segundo a Doutrina Espírita, nada mais seria do que um tipo específico de passe que é aplicado para o restabelecimento energético de um determinado órgão interno de um indivíduo, sem qualquer intervenção física. 
Estas cirurgias aconteceriam muitas vezes sem o indivíduo se dar conta, principalmente enquanto dorme.
Como tratamento espiritual, a chamada "cirurgia espiritual" com intervenção de médiuns é praticada em pouquíssimos centros espíritas e espiritualistas. 
Os centros onde ocorre, entretanto, são procuradíssimos, geralmente por pessoas que se consideram desenganadas pela medicina tradicional.
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Como ocorre com tudo mais que envolve tratamentos espirituais, a seriedade de um centro onde se pratica "cirurgia espiritual" costuma ser avaliada pelos espíritas a partir de dois critérios básicos: as cirurgias não devem ser cobradas aos doentes e o centro onde elas ocorrem deve insistir para que os doentes não abandonem de forma alguma o tratamento médico convencional que vem fazendo ou que procurem atendimento médico caso não o tenham ainda feito.
Porém, o Conselho Federal de Medicina e a comunidade científica de modo geral, alertam que esse tipo de cirurgia não deve ser feita em substituição da medicina tradicional, principalmente em casos graves. 
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A ciência médica
A ciência médica e a grande maioria dos profissionais de saúde não consideram os tratamentos espirituais como válidos, atribuindo quaisquer bons resultados observáveis nos pacientes ao tratamento médico convencional a que se submeteram, ao efeito placebo e à remissão espontânea. 
Até o momento, não há nenhum caso cientificamente documentado de melhora após tratamento espiritual que não pudesse ser completamente explicado pelos fatores acima. 
E não há nenhum dado que comprove diferença na eficácia do tratamento espiritual em comparação com o placebo.
É de se notar, entretanto, um crescente número de médicos interessados em estudar a validade dos tratamentos espirituais como apoio aos procedimentos médicos, como mostra, por exemplo, a realização, nos dias 30 de junho e 1 de julho de 2007, do 1st British Congress on Medicine and Spirituality (Primeiro Congresso Britânico sobre Medicina e Espiritualidade). 
No movimento espírita brasileiro, muitos deles se agregam nas chamadas AME (Associação Médico-Espírita) estaduais, havendo uma entidade nacional chamada de Associação Médico-Espírita do Brasil. 
A existência dessa entidade, deve ficar claro, significa apenas uma organização de médicos espíritas e não um indicativo de que exista a comprovação de eficácia dos tratamentos espirituais que, como já foi dito, até o momento não há.
Apesar de a Doutrina Espírita não negar a sua eficácia, a prática de cirurgias espirituais por intermédio de médiuns não é abordada na Codificação espírita, e nem são consideradas verdadeiras as práticas que cobram algum valor material ou qualquer tipo de favor em troca das cirurgias, pelo espiritismo, uma vez que isso iria de encontro com o pressuposto básico do espiritismo, que é a caridade.
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Existe um estudo nacional visando investigar a eficácia de tratamentos espirituais, mas que conclui: "As cirurgias são reais, mas, apesar de não ter sido possível avaliar a eficácia do procedimento, aparentemente não teriam efeito específico na cura dos pacientes. 
Sem dúvida, nossos achados são mais exploratórios que conclusivos. 
São necessários posteriores estudos para lançar luz sobre esse heterodoxo tratamento." .
Verifica-se que o fato de serem, as três condições preconizadas na seção "Sobre a Eficácia do Tratamento", necessárias e suficientes ao sucesso de um tratamento espiritual, implicaria na dificuldade de comprovar a eficácia de tais tratamentos pelo método científico experimental. 
Desta forma, num experimento assim dirigido, a constatação prática de que o tratamento espiritual é inócuo pode ser justificado pela falta de fé do paciente no próprio tratamento, pela suposta "necessidade" espiritual da doença para a evolução do espírito do paciente ou, ainda, pela interferência do meio gerando desequilíbrio emocional no médium.
Como nenhuma das justificativas para a falência do tratamento espiritual são comprováveis, assim como não haveria comprovação de que os três fatores necessários e suficientes estariam presentes nos resultados positivos, a eficácia do tratamento espiritual só poderia ser pesquisada cientificamente com um espaço amostral grande em quantidade de casos e espaço de tempo, onde a comparação entre os grupos (tratado x não tratado) seria feita esperando-se que a incidência de pessoas que satisfariam todas as condições fosse a mesma em ambos. 
Não se tem notícia de que tal abordagem tenha sido feita até hoje (janeiro de 2007), o que se justifica pela grande dificuldade da empreitada.
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Experiência de quase-morte

 
Ficheiro:Hieronymus Bosch 013.jpg
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Um túnel de luz numa tela de Bosch, tipificando uma visão recorrente em experiências de quase-morte.
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O termo experiência de quase-morte (EQM) refere-se a um conjunto de sensações frequentemente associadas a situações de morte iminente por hipóxia cerebral geralmente derivadas de paradas cardiorrespiratórias, sendo as mais divulgadas o efeito túnel e a «experiência fora-do-corpo» (EFC ou OOBE, também denominada autoscopia). 
O termo foi cunhado pelo Dr. Raymond Moody em seu livro «Vida Depois da Vida», escrito em 1975.
Apesar de frequentemente associadas a uma experiência mística, estas sensações tendem a ser explicadas pela comunidade científica como uma resposta secundária fisiológica do cérebro à hipóxia. 
Em alguns casos a morte clínica do paciente chegou a ser atestada pelos médicos, mas em nenhum deles houve a confirmação de morte cerebral. 
No entanto, durante o procedimento de ressuscitação a equipe médica raramente consegue manter registros sobre as funções cerebrais, pois a emergência exige atenção total ao sistema cardiopulmonar. 
Por isso, há relatos de situações nas quais o sinal do ECG indica que o cérebro chegou a ficar sem atividade.
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Relatos
As pessoas que viveram o fenômeno relatam, geralmente, uma série de experiências comuns, descritas nos estudos de Elizabeth Kubler-Ross (1967), tais como:
um sentimento de paz interior;
a sensação de flutuar acima do seu corpo físico;
a percepção da presença de pessoas à sua volta;
visão de 360º;
ampliação de vários sentidos;
a sensação de viajar através de um túnel intensamente iluminado no fundo (efeito túnel).
Nesse espaço atemporal, a pessoa que vive a EQM percebe a presença do que a maioria descreve como um «ser de luz», embora esta descrição possa variar conforme os arquétipos culturais, a filosofia ou a religião pessoal. 
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O portal esta entre duas dimensões é também descrito como «fronteira entre a vida e a morte».
 Por vezes, alguns pacientes que viveram esta experiência relatam que tiveram de decidir se queriam ou não regressar à vida física. 
Muitas vezes falam de um campo, uma porta, uma sebe ou um lago, como uma espécie de barreira que, se atravessada, implicaria não regressarem ao seu corpo físico.
Com a multiplicação de referências a acontecimentos comparáveis à experiência de quase-morte, iniciou-se uma nova corrente, em que diversos pesquisadores de todo o mundo deram início à discussão e à análise do fenômeno de forma mais aberta. 
Grupos da comunidade médica passaram a olhar para a morte e a sobrevivência da consciência sob uma nova perspectiva, como por exemplo ocorre na Associação Brasileira de Medicina Psicossomática. Contudo, existem observadores que negam as explicações científicas e atribuem este fenómeno a acontecimentos relacionadas com a descrição do que pode ser Deus ou a outra qualquer origem sobrenatural, recorrendo às explicações tradicionais como a memória genética ou à associação da experiência ao nascimento biológico.
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Mudanças psicológicas e comportamentais
Após a Experiência de Quase-Morte algumas pessoas declaram terem alterado seus pontos de vista em relação ao mundo e às outras pessoas. 
As mudanças comportamentais geralmente são significativamente positivas, e o principal fator para a mudança é a perda do medo da morte tanatofobia. 
Essas pessoas alegam que passaram a valorizar mais as suas vidas e as dos outros, reavaliaram os seus valores, ética e prioridades habituais, e tornaram-se mais serenos e confiantes.
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EQM e Ciência
Até recentemente este fenômeno era considerado pela ciência um assunto vulgar, fruto de lendas, crendice popular ou religiosidade. 
No entanto, pesquisas como a do Dr. Raymond Moody e da Dra. Elizabeth Kubler-Ross, principalmente após a publicação dos livros «Vida Depois da Vida» e "Sobre a Morte e o Morrer", respectivamente, levaram ao início de uma corrente de pesquisas em todo o mundo sobre o fenômeno.
Estudos realizados em hospitais entre sobreviventes de paradas cardíacas em que se observou o fenômeno conhecido como experiência de quase-morte (que ocorre em cerca de 11% dos pacientes).
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Vida depois da Vida
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Vida Depois da Vida: A Investigação do Fenómeno de Sobrevivência à Morte Corporal é um dos três livros sobre experiência de quase-morte escritos pelo Dr. Raymond Moody.
O livro, amplamente conhecido nos Estados Unidos da América, deu origem ao filme homónimo Vida Depois da Vida pelo qual Raymond Moody recebeu uma medalha de bronze na categoria "Relações Humanas" no Festival de cinema de Nova Iorque.
A partir do estudo descrito no livro, e com o auxílio dos depoimentos de cerca de 150 pessoas que sofreram de morte clínica ou aos quais havia sido diagnosticado que tinham quase morrido, Moody concluiu que existiam nove experiências comuns à maioria das pessoas que passaram pela experiência de quase-morte, tais como:
Ouvir um zumbido nos ouvidos;
Um sentimento de paz e ausência de dor;
Ter uma experiência fora do corpo;
Sentir-se a viajar dentro de um túnel;
Sentir-se a subir "pelos céus";
Ver pessoas, principalmente familiares já falecidos;
Encontrar seres espirituais, por vezes identificados como sendo Deus;
Ver uma revisão do decurso da própria vida, desde o nascimento até à morte;
Sentir uma enorme relutância em regresso à vida.
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